Presidente afirmou que críticas da esquerda e da imprensa tentavam transformá-lo em monstro.

Jair Bolsonaro (sem partido) disse a apoiadores que pode reeditar o decreto que permite a privatização das Unidades Básicas de Saúde (UBS).

O presidente conversou por mais de uma hora com os simpatizantes, nos jardins do Palácio da Alvorada, na noite dessa quarta-feira (28/10), e afirmou que, quando houver entendimento do que o governo “quer fazer de verdade”, pode reeditar o texto.

“As UBS e UPAs são mais de 4 mil que estão inacabadas. E não tem dinheiro. Em vez de deixar deteriorar, gostaríamos de oferecer à iniciativa privada. Qualquer atendimento ali feito pela iniciativa privada seria ressarcido pela União. O pessoal falou que era privatizar, eu revoguei o decreto. Enquanto isso, vamos ter mais de 4 mil unidades abandonadas, jogadas no lixo sem atender uma pessoa sequer”, reforçou.

Segundo Bolsonaro, críticas da esquerda e imprensa querem transformá-lo em “monstro”. Ele culpou governos anteriores por ter “arrebentado” com o Brasil e disse que, antes, a saúde “era só corrupção”.

“Resolvemos muita coisa, agora quer de uma hora para outra… sabe o que vai acontecer com o Brasil mais cedo ou mais tarde? Vai voltar para as mãos de quem nos botou no buraco. Pode ter certeza, continuem agindo dessa maneira e vamos voltar para o buraco”, criticou.

O governo publicou nesta semana o Decreto nº 10.530/20, que abre caminho para a privatização de unidades básicas de saúde, partes fundamentais do Sistema Único de Saúde (SUS).

Com a forte repercussão negativa, a Secretaria-Geral da Presidência da República informou que a medida seria cancelada.